Jesus chorou. (João 11:35)
Embora soubesse que podia ressuscitar Lázaro, Jesus foi solidário na
tristeza e chorou a morte do amigo. Nesta passagem, a palavra "chorou"
não se refere ao ato de "chorar o morto", um lamento superficial que,
normalmente, acompanhava os funerais daquela época. Mas significa
"derramar lágrimas" por profunda angústia no espírito. As lágrimas de
Jesus são um sinal notável de sua verdadeira humanidade.
Uma garotinha chegou tarde da escola certo dia. A mãe a aguardava.
– Quantas vezes eu tenho que dizer a você que, ao sair da escola, deve
vir direto para casa? Já estava preocupada. Por favor, não faça isso
outra vez!
A menina tentou se explicar:
– É que hoje houve uma exposição na escola. A Tânia e a Júlia levaram
uma boneca de louça da China que a avó tinha dado para elas...
– Não me interessa quão bonita seja essa boneca. Ao terminarem as aulas, não fique para brincar. Venha para casa!
– Mas, mamãe, o que aconteceu é que, ao sairmos da escola, alguns
meninos vieram correndo até onde nós estávamos. E quando a Júlia correu,
deixou cair a boneca no chão e eu fiquei para ajudá-la.
– Ah, querida! Que bonito que você ficou para consertar a boneca... Mas você precisa vir direto para casa.
– Não, mãe, não dava para consertar e eu fiquei para ajudar a Júlia a chorar.
Quantas vezes, no anseio de ajudar numa situação triste, dizemos: “Eu
entendo o que você está sofrendo. Já passei por isso também. Eu sei o
que você está sentindo.” As cicatrizes são diferentes das feridas. Não
as compare. As cicatrizes estão fechadas, esquecidas. As feridas,
entretanto, são do presente. Estão abertas e sangrando. Estão doendo no
presente. Precisam de um lenitivo para aliviar a dor. Você pode ter
passado por uma situação idêntica. Mas as diferentes nuances das
circunstâncias pedem também diferentes soluções.
Jesus não conseguiu conter as lágrimas. Não podemos imaginá-Lo
insensível à dor de Marta e Maria. Ele não ficou de longe, observando de
braços cruzados sem dizer nada. Logo que Se aproximou, disse: “Sinto
muito.” Jesus as abraçou e chorou com elas e por elas.
O choro pode ser visto por alguns como desabafo e por outros, como sinal
de fraqueza. A verdade é que choramos quando estamos com medo ou nos
sentimos frustrados e tristes. Choramos de alegria, quando vemos a noiva
no altar, na formatura de um filho ou filha, ao receber uma boa
notícia. Alguns usam o choro como arma para conseguir o que querem: os
filhos, os namorados, os cônjuges, etc. Outros ainda usam a tática do
choro para obter alguma coisa que não conseguiram, e conseguem por falta
de argumento ou por firmeza da outra parte.
Seja qual for o motivo do nosso choro, podemos chorar livremente, porque
faz bem à alma. Às vezes, Cristo nos chama não somente para consertar
um brinquedo quebrado, mas para chorar conosco.
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