Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de
vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem
salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no
coração. (Colossenses 3:16)
Hoje em dia existe o modismo de os ministros de louvor e os músicos
evangélicos serem chamados de levitas. Esse modismo – e outros mais que
aparecem de tempos em tempos – surgiu porque as pessoas insistem em
continuar debaixo da Velha Aliança.
No tempo de Moisés, os levitas não eram responsáveis pela música no
tabernáculo. Embora as orações e os sacrifícios incluíssem o sentido de
louvor, adoração e ações de graças, na Lei de Moisés não há nenhuma
alusão à parte musical no culto. Somente quando Davi se tornou rei de
Israel é que a música foi inserida como parte da adoração.
Davi era músico e compositor desde a sua juventude (I Samuel 16:23).
Então, para cumprir o seu propósito, Davi precisava atribuir a tarefa
musical a alguém que estivesse disponível, com dedicação integral para
isso. Ora, os levitas, embora tivessem outras atribuições, eram as
únicas pessoas disponíveis para a mais nova tarefa (Crônicas 9:14-33;
23:1-32; 25:1-7). Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e
também cantores e instrumentistas (II Crônicas 5:13; 34:12).
Pela Velha Aliança, todos os que serviam no trabalho eclesiástico –
inclusive os Sacerdotes – eram chamados de levitas, pois eram aqueles
que executavam qualquer serviço ligado ao culto. O levita era
simplesmente um servo e não alguém para ser servido.
No Novo Testamento não temos referência a músico como levita, nem a
ministros de louvor, nem a instrumentistas na igreja. Jesus disse que
virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores
vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer
que o adorem (João 4:23). O ensino apostólico, por sua vez, incentiva
todos a prestarem culto ao Senhor, com salmos, hinos e cânticos
espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). Portanto, todos – afinados
ou não – devem cantar louvores a Deus, independente de haver ou não
músicos para guiar os cânticos. Embora, sem dúvida alguma, estes tenham a
sua importância no aperfeiçoamento da beleza e da organização dos
cânticos.
De fato, os levitas designados por Davi para cuidarem da música tinham a
tarefa de profetizar com harpas, alaúdes e saltérios (I Crônicas 25:1).
Naquela época, foi composta a maioria dos salmos de Israel. Os levitas
eram também profetas. Por meio deles o Espírito Santo falava ao povo.
Além disso, eram mestres no que realizavam (I Crônicas 25:7).
Entretanto, hoje estamos sob uma Nova Aliança e temos um vinho novo. E
ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os
odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário,
vinho novo deve ser posto em odres novos [e ambos se conservam] (Lucas
5:38-39). Jesus usou a metáfora dos odres exatamente para indicar que o
evangelho “novo” que ele trazia não podia ser mantido dentro do “velho”
Judaísmo dos fariseus. Essa insistência em colocar vinho novo em odres
velhos é a causa de tantos desmazelos que vemos hoje na obra de Deus.
É muito importante que nos desfaçamos do velho jugo, simplesmente porque
Jesus Cristo nos trouxe um novo, bem mais suave e leve. Embora muitas
pessoas – a exemplo do que aconteceu no primeiro século – prefiram
continuar praticando os rituais antigos, é preciso lembrá-los que essa
não é mais a vontade perfeita de Deus.
Entretanto, com todo respeito, se o músico no tempo da graça quiser
continuar sendo chamado de “levita”, precisa honrar esse nome e se
dispor para o serviço e para caminhar em direção a um nível de qualidade
excelente de vida espiritual.